segunda-feira, 19 de abril de 2010

Crise de falta de ética.

Na semana passada entrou em vigor o novo código de condutas médicas aprovado pelo CRM. Agora, entre outras obrigações, o médico deve receitar com letra legível. Isso é ótimo, pois,decifrar “garranchos” é muito complicado, ainda mais quando se trata de medicamentos. Há o risco de interpretação errada do balconista da farmácia e vender remédio trocado.

Mas o que me impressionou foi uma reportagem divulgada agora a pouco no Fantástico, mostrando um esquema de farmácias de manipulação que pagam comissões em cima de prescrições médicas, ou seja, é combinada uma taxa, algo em torno de 25 a 30% do valor da medicação manipulada, que é repassada para o médico que indica a farmácia. Nas entrevistas com a câmera escondida, representantes, donos e farmacêuticos afirmam que o esquema existe e há médicos que ganham de 20 a 90 mil reais de comissão. Há outros que já contam com as comissões mensais como parte do salário e sem elas, eles não conseguem pagar suas contas!

Meu Deus, quantas receitas são emitidas e quanta medicação deve ser prescrita sem a devida necessidade?

Onde foi parar e ética, o respeito ao paciente e o bom senso dos profissionais de saúde, neste caso, os médicos e farmacêuticos?

Ouvi dizer num programa jornalístico de rádio que quando o balconista da farmácia pega a nossa receita no balcão e vai trás da prateleira com ela para “ver se tem o remédio”, ele na verdade vai tirar uma cópia da receita para o laboratório saber quem está receitando seus medicamentos e premiar com brindes que chegam até a viagens aéreas por aí com direito a hospedagem.

Diante destas coisas, começo a acreditar que não descobrem a cura de determinadas doenças por pura conveniência, ou seja, a indústria farmacêutica ganha uma fortuna vendendo seus remédios paliativos e a quebra desta dependência, ou seja, a cura do paciente, vai-se o faturamento pelo ralo.

Termino repetindo o trecho da fala de um médico que não faz estas parcerias que foi entrevistado na reportagem:

“ – isso é caso de polícia. Isso é a prostituição da medicina.”



Abs.

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